"BRINCANDO DE SER ALCAIDE". ESTAS CRIANÇAS...

Aos três garotos que fizeram os melhores trabalhos de Classe, foram disponibilizados materiais para que construíssem “cidades de brinquedo”, com diversos acessórios para serem utilizados para as maquetas de acordo com suas imaginações... 

A “brincadeira” consistia em que cada um construísse sua própria cidade, que ficaria, pois, sob sua responsabilidade na qualidade de prefeito da mesma. Lá foram os fedelhos a botar a mão na massa... O primeiro logo começou a esticar bandeirinhas e diversos outros enfeites de festa, parques de diversões, circos; Dizendo com entusiasmo: “A minha vai ser uma cidade alegre, muito alegre”! 

O segundo menino se preocupou em espalhar sinais de trânsito nas supostas ruas e avenidas, se divertindo com os carrinhos, colocados estrategicamente nas “pistas de rolamento”; Construiu campos e quadras de esporte, exclamando: “A minha vai ter muito esporte, um trânsito bem organizado”...

Logo o primeiro se lembrou de escolas, ao mesmo tempo em que não deixou de lado os cinemas, córregos, jardins... 

Entrementes... O terceiro garoto permaneceu inerte, com as mãos sob o queixo, apenas observando... Um Sábio que a tudo assistia, questionou: “Ora, afinal você não vai fazer nada”?! Ele bocejou, deu uma olhada de lado e reclamou: “Puxa, o que fazer com uma cidade sem gente? Ah, sem gente não tem graça nenhuma”. Concluiu. Ih! Os organizadores haviam esquecido as "peças" que representassem os "moradores das tais cidades"... Gente!

Enquanto isso, não havia limites para a criatividade dos outros dois, que simularam até Agências Bancárias, Postos de Gasolina, Hospitais, Supermercados... E muito mais. Claro, disputa acirrada entre eles, que acabaram ganhando a simpatia dos jurados, terminando “empatados” e ambos recebendo de prêmio uma linda bicicleta. O Sábio também se deixou contagiar pelo espírito dos tais; Mas concentrou-se a dar “nota zero” para os organizadores, que se esqueceram das “miniaturas” para representar as “pessoas, gatos, cães, passarinhos”...

Lembrou-se, pois daquela famosa frase Bíblica: “Os últimos serão os primeiros”. Para ele, o menino resmungão é que estava certo. Sem PESSOAS, “principalmente”, nada feito, pois elas são o principal “recheio” de uma Cidade. E Governo que se preza leva isto “ao pé da letra”! O “Pequetito” desclassificado tinha tudo para ser no futuro um grande e respeitado político. “Os outros dois, então vencedores", poderiam chegar a ser apenas “políticos”; "Destes cuja lembrança pouco tempo perdura na memória de um Povo"... 

*Lembrando que esta é apenas uma obra fictícia e qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência!!! 

Difícil acreditar que alguém (mesmo uma criança) possa “brincar” de ser Vereador, Deputado, Senador, Governador, Prefeito e até Presidente; Sem levar em consideração a "imprescindível" representação do Homem, do Cidadão!!!  Né?! 

CÉLIO GOMES, 

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