INFÂNCIA ENCANTADA
*Célio Gomes.
Dizia um sábio: “Nada se compara ao
entusiasmo e a nobreza da inocência de uma criança. E gente grande que se
importa, torna isso eterno na própria alma”... “Deixa que meus sonhos se
soltem, se lancem num espaço de ousadia, em busca de alegrias e primaveras
eternas”... “Bem me quer... mal me quer”. Não valeu; começa de
novo... Quero achar graça e beleza no lodo dos muros de adobes... Exibir o
carrinho de lobeiras... Fazer círculos no chão, atirar o pião com força, para
girar, zunir... Ser “bamba” da barroca!!! É... Mas dá para brincar
ainda de: caçoleta, sete-pecados, queimada, béti, malha, continência, bolinha
de gude, jogo de pratinha, bola, guerra de mamonas... Que vidão, sô!... Peraí,
tem também baguéti, coruja no toco (um pouco sem graça, mas compensa pela
participação das garotas)... A gente tira uma “casquinha de leve”. (Cabra cega
então, UAU... meninas, se cuidem). Aquele vidrinho cheio de pirilampos...
"Menino, agora cuidado para não levar as mãos nos olhos, senão fica
cego"! Ih!... "É hoje, tem fogueira, quem brincar com fogo, vai
fazer xixi na cama". Bombinhas, traques, busca-pé... Mas, quem não tem
dinheiro para comprar, é só “filar” bombril do armário da cozinha, chegar fogo
no danado, e girar até formar círculos de fogo... E na falta das bombinhas, a
solução é ajeitar uma chave velha, um prego, pedaço de cordão e alguns palitos
de fósforos... As fagulhas que surgiam do fogo, e subiam aos céus, chamávamos
de “Professorinhas”... Uma fada madrinha acabou se intrometendo,
transformando-as em estrelas, lindas estrelas! Como dizia: "Um espaço
ousado, um tempo inesquecível, um carrossel mágico, onde todos os
direitos eram iguais, e tesouro nenhum valia um amigo". E disse o sábio:
"Feliz aquele que viveu tudo isso"!!!
É... Quem não passou por toda essa “farra”, nunca saberá da plenitude; “De uma infância encantada”!
