"NÃO ERA SÓ PELO PICOLÉ"...

*Por Célio Gomes

Certa vez, trabalhando de Fiscal de Obras num certo Bairro da nossa Cidade de Patrocínio/MG, "onde maioria das famílias eram carentes", ao comprar um picolé, observei que um adolescente olhava, parecendo com vontade de comprar um também, mas possivelmente não tinha dinheiro. Dei-lhe alguns trocados e ele foi satisfeito, adquirir o refresco. Dias depois, me deparei com aquele mesmo olhar triste, que novamente me comoveu; conversamos e ele me falou sobre sua vida, repleta de dificuldades. Constatei então que ele precisava de alimento, de conselhos, livros, cadernos e roupas... Fiz o que pude, contando com ajuda de alguns amigos... Como também, “na época”, era um dos Conselheiros do COMBEM - Conselho Municipal do Bem Estar do Menor, (que há muito foi extinto) o enviei para o mesmo; lá os jovens aprendiam muita coisa e oportunamente eram encaminhados para trabalhar em alguma empresa, "tudo de acordo com a Lei". Foi o que aconteceu com o jovem. O tempo passou... Certo dia, alguém bateu ás minhas costas, virei-me e como não pude reconhecer, o jovem se identificou: “Não estás me reconhecendo? Ajudastes-me quando eu precisei... Graças à primeira oportunidade que recebi do senhor, voltei a estudar, hoje sou um trabalhador, não me falta serviço; Minha vida e da minha família mudou para melhor, agradeço de coração”. - Comovido pela emoção, apenas respondi: -“Você que é uma pessoa digna de credibilidade, por isso agora, como um profissional, oferta o seu percentual positivo á sociedade e a sua própria família; o mérito é todo seu, que Deus o abençoe”! -Nunca mais o vi...


IMAGEM ILUSTRATIVA