O CONSTRUTOR DE "PENEIRAS E BALAIOS”.
“Em certa cidadezinha, num tempo qualquer”... O Prédio da Prefeitura ficava lado a lado com o da Câmara Municipal. Em frente, a pouca distância, havia um enorme carvalho. À sombra da frondosa árvore, usando o bambu como matéria prima, um homem idoso construía peneiras e balaios, cuja produção mal dava para atender todas as “encomendas”, que aumentavam a cada dia! O artesão trabalhava naquele local há muitos anos e acompanhava de perto as “idas e vindas” dos políticos locais. A cada Gestão, testemunhava fatos curiosos e até hilários, porém “repetitivos”! Uns, reeleitos, continuavam na mesma pose. Alguns que haviam ficado fora do poder por algum tempo, chegavam “timidamente”, mas loguinho botavam as “manguinhas” de fora... Já os eleitos pela primeira vez, muitos nem veículo tinham, assim como certos assessores “barriga verde”. É, mas nem bem estavam no meio do mandato e os “carrões” disputavam espaço. O “tititi” tinha então outro tom: “Fulano fez casa nova, aquele tal comprou umas terrinhas, algumas vaquinhas; aquele um construiu casa de campo”... De contrapartida, depois de toda uma vida de serviços prestados à municipalidade, humildes Servidores vinham a se aposentar na maior “pitimba”, com salários equidistantes dos seus anseios. Certo dia, (que não seria um dia qualquer) o Ancião aguardava a “aparição” dos novos eleitos... E lá veio a “comitiva”, tendo à frente o Prefeito, (o vice) e os “peixinhos”, seguidos logo atrás pelos homens do poder legislativo. O Chefe do executivo, cujo gostinho do poder não era nenhuma novidade, foi se adiantando: “Olá, meu grande e querido amigo, como vai”? O Artesão, que havia presenciado a tradicional “cena do retorno” inúmeras vezes, daquela feita sentiu que havia algo de estranho no ar. O que seria? Ao invés de irem “afoitos” para assumir seus lugares, naquela oportunidade, “os eleitos” cochichavam entre si e olhavam insistentemente para ele (?). Finalmente, um tomou a iniciativa e foi “de sola”: “Olha, vovô, vai tirando essa bagunça daí, procura outro lugar para fazer seus balaios”! Em silêncio, o Artesão começou a recolher tudo o que lhe pertencia. Alguém ficou com pena dele e perguntou para onde iria. O velho Artesão ergueu a cabeça, e “olho no olho”, foi dizendo decidido: “Sem a sombra do meu Carvalho, não vou mais fazer peneiras e balaios, a partir de agora vou é escrever um livro e contar histórias lá na
Praça”! Foi como riscar um fósforo em meio a um monte de pólvora! Surpresos e porque não dizer, em pânico total, os políticos olharam um para o outro e disseram num só coro: “Que isso, nada disso, não saia daí”! E um mais “preocupado” que os demais, tratou logo de “encerar a prosa”, com diplomacia afinada: “Ora, está havendo um engano, só queremos que dê uma arrumadinha, hê hê, hê, que isso”!? Não se tem notícia se o sábio Artesão escreveu algum livro, o que se sabe com certeza é que ele testemunhou coisas do “arco da velha”! Cafifa!!!Nota: Peneira de bambu: Objeto muito utilizado pelas Donas de Casa para catar feijão, escolher arroz, ou seja: Separar os “objetos estranhos, indesejáveis e não comestíveis”. Balaio: Usado “especialmente” para depositar ROUPAS SUJAS!
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