A COR DO AMOR
*Por Célio Gomes
Depois de várias reverências aos olhos verdes, um
poeta se apaixonou pelos olhos castanhos, foi enfeitiçado pelos olhos negros e
se viu hipnotizado pelos olhos azuis... Então despertou o tolo. E de todo um
arco-íris de paixões se revelou a luz radiante, em fusão com o sentimento, alma
e coração... Nascia a cor do amor, que na verdade não se definia em cor alguma;
mas sim se apresentava do mais íntimo que se podia imaginar e viver, doar e
receber. “De cada olhar uma magia, uma dádiva do bem-querer, que extasia sem
cegar, seduz sem constranger, sem cobrar ou fazer sofrer!” Da mistura dos
versos se resumiram páginas de astutos ditados, cada um com seus ardis, com
seus perfis dissimulados. Ah, o amor não quer saber de nada disso. E não quer
cumplicidade com coisas complexas; porque é só um meio simples de que a dois se
molde o universo de um desejo além do explicável; Os olhos são “janelinhas”,
telas nítidas dos sonhos mais ousados, que fascinam e traduzem a matiz da
felicidade!